Entrevista Revista Exame:
Como a Livraria Cultura tem investido em tecnologia para se reinventar?
Antes de detalhar tudo, precisamos falar das premissas por trás disso. A mais forte é que não precisamos mais da loja física para comprar nada. Está tudo no celular. Outra premissa muito básica é que não existe mais offline e online. O cliente está e é conectado. O desafio é descobrir como usamos a tecnologia digital para melhorar a vida do cliente e ser mais inteligente no ponto de venda. Não é mais aceitável que um cliente entre numa loja e saia de lá sem nenhum produto — é o que eu chamo de “show-rume”. As lojas físicas do varejo estão disputando o tempo livre das pessoas, que é o mais precioso, e, se o cliente escolheu a minha loja para passar seu tempo livre, ele não pode sair de lá com as mãos vazias. É preciso mudar a cabeça da empresa. Nós somos uma empresa tradicional, e temos um mundo novo pela frente. Mudar essa cabeça para pensar diferente é um desafio. O varejo ainda tem aquele trabalhozinho de como se fazia quando surgiu o comércio no mundo, na civilização moderna: eu gero um pedido aqui, meu fornecedor entrega. Nada mudou muito. Hoje, estamos tentando descobrir como usamos big data, machine learning e informação para sermos mais inteligentes.